O território de Arruda dos Vinhos beneficiou, desde os tempos mais remotos, de condições orohidrográficas privilegiadas. As encostas suaves e a abundância de água, especialmente a este do concelho, no vale de Arruda, favoreciam a fertilidade dos solos, que foram intensivamente explorados ao longo da pré-história.
Entre o Bronze Final e o fim da Idade do Ferro, a região assistiu a uma evolução significativa na organização social e económica, acompanhando as transformações nos modelos proto-estatais de outras áreas da Península Ibérica, particularmente as influências das culturas mediterrâneas. O povoamento de Arruda dos Vinhos caracteriza-se por unidades familiares e agrícolas, voltadas para a agricultura cerealífera e a criação de gado.
A rede hídrica, particularmente o Rio Grande da Pipa, desempenhou um papel crucial na conectividade entre os povoados do interior e as zonas costeiras, facilitando o comércio e a troca de bens. A via natural de comunicação ligava a região ao Estuário do Tejo e a outras áreas da Península, favorecendo a circulação de recursos valiosos, como ouro e estanho.
Este período proto-histórico em Arruda dos Vinhos é caracterizado por uma organização social ainda pouco hierarquizada, mas em claro processo de transição para formas mais complexas, cujas bases se refletirão e se desenvolverão durante o período romano.